Oposição critica presidente por não fazer plebiscito
Da Redação - O Globo, 30.06.2010
O acordo foi alvo de protestos da oposição em Taiwan, temerosa de que os chineses comecem a buscar a unificação com a ilha, que é independente. Mais de 30 mil pessoas fizeram protestos na capital do país, Taipei, no fim de semana. O presidente Ma Ying-Jeou foi criticado pelo Partido Democrático Progressista, de oposição, por não convocar um plebiscito sobre o acordo.
Mas as pesquisas de opinião mostram um amplo apoio da população taiwanesa para o acordo, por causa do impulso econômico que deve trazer.
Esse panorama pode mudar se o Acordo de Cooperação Econômica não criar os 260 mil empregos previstos em Taiwan. Além disso, a maioria da população quer manter sua independência da China.
— Nos últimos tempos, os chineses montaram uma agenda política por trás do acordo que não é compartilhada pelo governo Ma — disse especialista em relações China-Taiwan da Universidade de Oxford. — Faz parte de uma estratégia de longo prazo o processo de trazer Taiwan mais perto da órbita da China e, com isso, reduzir o escopo de movimentos pró-independência na ilha.
O acordo elimina tarifas para 539 produtos de exportação taiwaneses, no valor de US$ 13,84 bilhões, contra 267 itens vendidos pela China, no montante de US$ 2,86 bilhões. De acordo com projeções de economistas, isso poderia levar o crescimento da economia de Taiwan para 6% este ano. A meta oficial é de 4,72%.
Exportações de Taiwan concorrem com chinesas Os 800 itens contemplados no acordo, no entanto, são os mais básicos de milhares já programados para sofrerem redução de tarifa dentro de alguns anos. A euforia inicial pode esfriar à medida que os dois países avançarem para negociações mais árduas.
Além disso, as exportações das principais indústrias de Taiwan, como plásticos de PVC e produtos de alta tecnologia, concorrem com setores que a China quer desenvolver.
Um segundo acordo poderia aumentar a proteção à propriedade intelectual. Segundo Chiang Pin-Kung, presidente da Straits Exchange Foundation, isso é essencial para que Taiwan faça investimentos de alta tecnologia na China.
A aproximação dos dois países será uma grande conquista para o presidente chinês, Hu Jintao. Ele deixou de lado a retórica ameaçadora com que Pequim tratava a ilha.
— Para Taiwan, esse é um acordo puramente econômico, enquanto para a China é um movimento político — disse Kao Huei, do Instituto Nacional de Tecnologia Kinmen, em Taiwan.
— A longo prazo, o que a China quer obter com desenvolvimento pacífico é uma unificação pacífica com Taiwan.
Sunday, July 4, 2010
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