Tomei conhecimento, ao penetrar na leitura do capítulo 6, "A cultura chinesa é moderna?", do livro de Rana Mitter, Modern China: A Very Short Introduction, que o nome Shanghai Express já tinha sido empregado pelo escritor Zhang Henshui (1895-1967), um dos autores de maior sucesso na primeira metade do século 20, quando estavam de moda os romances de evasão, tratando da modernidade e dos desafios colocados à China em sua transição de um império quase imutável a uma República turbulenta.
Os personagens desse romance de Henshui são baseados na grande mutação que então sofria a China dos anos vinte: a "nova mulher", que prefere as vestimentas ocidentais, o homem de negócios e o professor. O cenário é um trem, certamente o do título, que simbolizava a modernidade, a velocidade e o progresso.
Antes, o mesmo escritor havia publicado o romance O Destino em Lágrimas e Risadas, uma longa história picaresca cujo protagonista tem de escolher entre duas moças, uma cantora tradicional e a filha de um burocrata ocidentalizado, que pretende ser chamada ao modo inglês, de "Miss Helen".
Segundo Rana Mitter, "o livro é cheio de fugas emocionantes, artes marciais e sentimentalismo desenfreado, mas o tema, a escolha entre a tradição e a modernidade, é claríssimo". (p. 131-132, da edição italiano desse livro, La Cina Moderna; Milano: Mondadori, 2008).
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