News, comments, discussions, information and analyses about the emerging Orient, that is, Asia Pacif, and especially China, and their most relevant economic and diplomatic developments. A space to follow the dynamics and the riches of an entire world, which was, in the past, the most developed region in the planet, and is prone to regain a renewed importance in world affairs.
Friday, November 20, 2009
95) O Gigante Acordado - UGT Press
O GIGANTE ACORDADO: dizem que Napoleão, estrategista de qualidade insuperável, alertou: "não acordem a China, aquele que o fizer se arrependerá pelo resto de seus dias". Então, no século 20, o gigante asiático acordou e criou um sistema econômico livre, associado a um sistema político fechado que catapultou o país para próximo da primeira economia do mundo. Em 2008, o crescimento do PIB chinês foi de 9% contra 10% ou mais nos anos anteriores. Iniciada a crise mundial, a China apostou tudo em projetos de infraestrutura, algo que nunca abandonou nos anos em que construiu um fantástico superávit orçamentário e centenas de bilhões de dólares em reservas. O resultado disso é que as previsões para os anos vindouros são de crescimento por volta de, no mínimo, 8% ao ano. Um feito extraordinário.
APROXIMAÇÃO ESTADOS UNIDOS E CHINA: para quem pensava que o crescimento chinês iria incomodar o gigante do norte, estava reservada uma surpresa: é cada vez mais visível a aproximação e cooperação econômica entre Estados Unidos e China. No mês de julho de 2009, o presidente Barack Obama, disse: "se nós [China/USA] avançarmos nesses interesses por meio da cooperação, nossos povos vão se beneficiar e o mundo estará em situação melhor, já que a nossa capacidade de cooperar uns com os outros é um pré-requisito para o progresso em muitos de nossos desafios globais mais prementes. Essa é a responsabilidade que carregamos". A China é a maior credora americana e grande parte de suas reservas estão lastreadas em títulos do tesouro americano.
A CHINA COMPRA: não é de hoje que as autoridades chinesas estão estimulando suas empresas estatais a "irem para fora". Wen Jiabao, primeiro ministro chinês, falando com diplomatas em Pequim, disse: "devemos ir para fora e combinar a utilização das reservas externas com a ida para o exterior das nossas empresas". Sabe-se que o Brasil é um dos alvos das empresas chinesas: elas querem investir aqui e, com o dólar barato, poderão fazê-lo facilmente. Isso levou o analista do Estadão, Alberto Tamer, a escrever uma matéria com o título "Cuidado: estatais chinesas vão comprar tudo". Está certo, mas não há como ter cuidado numa economia aberta e sujeita às influências mais estranhas possíveis, incluindo a corrupção dos dois lados.
AS EMPRESAS CHINESAS: segundo um quadro da consultoria Ernest & Young, entre as dez maiores empresas do mundo quatro são chinesas. A Petrobrás é a 8ª e a Vale ocupa a 46ª posição. No momento, há excesso de liquidez na economia chinesa e a grande quantidade de dólares em reserva facilita os empréstimos para investimentos no exterior. Em setembro foram emprestados 517 bilhões de yuans, equivalentes a 76 bilhões de dólares.
MEDIDAS ANTI-CRISE: no total o pacote chinês anti-crise é da ordem de US$ 585 bilhões e as linhas de crédito abertas para os bancos ultrapassam a soma impressionante de um trilhão de dólares. O governo também aumentou os gastos com saúde, educação e planos de pensão. Como estímulo ao consumo, ofereceu subsídios para a compra de bens de consumo durável (carros econômicos e eletrodomésticos). Deu certo. Os trabalhadores demitidos estão voltando aos seus empregos, ações e imóveis estão em recuperação e as exportações chinesas experimentam nova vitalidade. Será possível superar até mesmo as previsões oficiais de crescimento, inicialmente projetadas para 8% em 2009.
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