Apenas reflexões livres...
Paulo Roberto de Almeida
A China demorou dois ou três séculos para decair de verdade, e foi, de fato, uma decadência espetacular: espezinhada, humilhada, esquartejada pelas potências ocidentais, ela ainda foi invadida, violada, mutilada e ensanguentada pelo Império japonês, em sua fase militarista-fascista (e ele ainda não se redimiu por isso).
Agora, ou desde duas décadas aproximadamente, a China está numa lenta, mas segura ascensao, que tende a se acelerar, mas que vai continuar pelas próximas décadas, talvez um século e meio (depois disso é difícil prever), um processo que a converterá em um país, digamos, "normal", ou seja, com uma economia de mercado atingindo o grosso da sua população e sistemas razoáveis de administração econômica, social e, sobretudo, política (sim, esperamos que ela se converta em uma democracia, num futuro não muito distante).
Mais difícil vai ser fazê-la ostentar um nível de renda similar ao dos EUA, por exemplo, algo que alguns julgam difícil, outros impossível ou indesejado.
Difícil, porque depende de incorporar mais 800 ou 900 milhões de chineses a padrões de vida médios (digamos, 20 mil dólares de hoje, o que pode querer dizer 50 ou 60 mil em 30 anos). Não acredito que a China atinja a renda per capita dos EUA antes de 100 ou 120 anos, pelo menos, talvez um pouco mais.
Mas, isso pode ser impossível ou indesejável, segundo alguns economistas e outros ecologistas alarmistas. Dizem que se os chineses tivessem um padrão de vida estilo americano (ou seja, com o dispêndio médio de um americano em energia e bens de consumo), isso significaria que o planeta Terra estaria sendo ocupado por 75 bilhões de pessoas, o que parece uma rematada loucura.
Em termos estritamente demográficos, a população da Terra pode alcançar ainda perto de 9 bilhões de pessoas (em torno de 2040, talvez), para declinar, depois.
Resta saber como acomodar todo esse povo.
Mas, pessoalmente estou convencido de que, graças a seu desenvolvimento tecnológico, e a própria pressão que ela já coloca sobre os recursos naturais, a China será parte da solução, e não parte do problema.
Talvez eu esteja sendo otimista, mas é o que penso...
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